Como o diabetes afeta as funções do nosso cérebro?

Como o diabetes afeta as funções do nosso cérebro?

Conforme envelhecemos, aquele docinho que gostamos tanto de comer após o almoço pode começar a nos fazer mal! Isso acontece porque o nosso corpo pode deixar de produzir ou responder de maneira adequada a um hormônio conhecido como insulina, que é essencial para a regulação dos níveis de açúcar (glicose) no sangue.

Este hormônio é produzido no pâncreas e secretado em resposta aos níveis elevados de glicose no sangue, que é captada e transformado em substrato energético para o nosso organismo. Mas, quando a sua função de regular os níveis de glicose no sangue está comprometida, podemos desenvolver diabetes.

Mas o que é a diabetes?

A diabetes é uma doença metabólica crônica na qual o indivíduo não produz ou não consegue aproveitar de forma eficiente a insulina produzida pelo seu corpo, o que faz com que os níveis de glicose no sangue destes pacientes permaneçam elevados (hiperglicemia).

Esta doença atinge cerca de 13 milhões de brasileiros e pode ser prevenida através da prática regular de exercícios físicos, alimentação saudável manutenção do peso corporal, entre outros cuidados.

Estes mesmos fatores podem ajudar a controlar o quadro de diabetes do paciente. Porém, dependendo de sua gravidade, a administração de insulina ou outros medicamentos que controlem a glicemia podem ser necessários.

Mas como a insulina controla a glicemia?

Os níveis de glicose no nosso organismo variam ao longo do dia e são regulados por diversos fatores, entre eles a insulina.

Após nos alimentarmos, a concentração de glicose no sangue aumenta, o que estimula o pâncreas a liberar insulina. Este hormônio, transforma a glicose ingerida em substrato energético, que pode ser utilizado imediatamente ou armazenado na forma de gordura ou glicogênio. E, cerca de 2 horas após a ingestão do alimento, os níveis de glicose no sangue retornam aos seus valores basais e, com isso, a produção e secreção de insulina também diminui.

Acontece que, no diabetes mellitus tipo 2 (a forma mais comum da doença), o pâncreas continua produzindo insulina em quantidades iguais ou até maiores do que o normal. Porém, esta quantidade de insulina passa a ser insuficiente para regular a glicemia do paciente, que desenvolve uma condição chamada de resistência à insulina. E, conforme a doença avança, a capacidade do pâncreas produzir insulina pode diminuir.

E quais são os sintomas e complicações do diabetes?

Os principais sintomas relacionados ao diabetes são: presença de açúcar na urina, aumento da frequência e da quantidade de urina, desidratação e aumento da sede. Em consequência da desidratação, os indivíduos diabéticos sentem fraqueza, fadiga e alteração do estado mental. E, embora não seja muito comum, estes pacientes também podem apresentar mais fome.

Mas, a hiperglicemia, quando não controlada, pode levar a diversas complicações que afetam a circulação, a retina, os rins e até mesmo o sistema nervoso.

Como o diabetes compromete a função do nosso cérebro?

Alguns estudos sugerem que o diabetes pode acelerar o envelhecimento do nosso cérebro e levar à diminuição da nossa capacidade cognitiva.

Um desses estudos demonstrou que indivíduos diabéticos apresentam comprometimento de várias funções cognitivas associadas à função executora, velocidade de processamento, memória e raciocínio. Além disso, esses pesquisadores demonstraram que estes indivíduos apresentam perda de substância cinzenta (processamento e interpretação de informações) em regiões do cérebro que fazem parte do sistema límbico, que participa da regulação de nossas emoções. Porém, regiões cerebrais que são essenciais para as nossas funções motoras também podem ser afetadas.

Isso acontece porque o diabetes diminui a disponibilidade de glicose para o cérebro, que leva ao comprometimento do seu metabolismo e, consequentemente de sua estrutura e função.

Mas, estas modificações também parecem ser influenciadas pela idade e pelo sexo do paciente, dado que o comprometimento das funções cognitivas em pacientes diabéticos é mais evidente nos homens do que nas mulheres. E, embora os mecanismos que explicam essa diferença não estejam claros, é provável que o estrógeno desempenhe um papel importante.

Além disso, alguns estudos têm demonstrado que o diabetes pode ser considerado um fator de risco para o desenvolvimento de demências, como a demência vascular e a doença de Alzheimer.

Estes estudos reforçam a importância do cuidado com a nossa saúde como um todo. Afinal, o diabetes pode ser uma doença silenciosa por muitos anos, sendo percebida apenas quando os sinais laboratoriais de alterações glicêmicas se manifestam.

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Referências:
Antal B, McMahon L. P, Sultan S. F, Lithen A, Wexler D. J, Dickerson B, Ratai E. M, Mujica-Parodi L. R (2022). Type 2 diabetes mellitus accelerates brain aging and cognitive decline: complementary findings from UK Biobank and meta-analyses. eLife.
Moran C, Gilsanz P, Beeri M. S, Whitmer R. A, Lacy M. E (2020). Sex, diabetes status and cognition: findings from the study of longevity in diabetes. BMJ Open Diabetes Research & Care.
Ortiz G. G, Huerta M, González-Usigli H. A. et al (2022). Cognitive disorder and dementia in type 2 diabetes mellitus. World Journal of Diabetes.

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